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Quais as previsões para o setor automobilístico este ano?

abril 10, 2018

A crise econômica brasileira, iniciada em 2014, provocou grandes perdas e demissões no setor automobilístico — queda de 7,15% em 2014 e 26,55% em 2015. Apesar de a taxa de desemprego ainda estar alta, a economia vem mostrando sinais de recuperação, trazendo uma melhora nas vendas de automóveis.

Será que finalmente a crise está passando? O que esperar para o futuro do setor automobilístico? Continue com a leitura deste post e fique por dentro do assunto!

Recuperação do setor automobilístico deve continuar

Em 2017, a economia brasileira, enfim, começou a mostrar sinais de recuperação. Mesmo sendo discretos, eles mostram para os brasileiros uma luz no fim do túnel. De acordo com o Banco Central, espera-se que, em 2018, aconteça um crescimento de 2,7%. Esses dados positivos vêm animando os investidores e, no setor automobilístico, resultados positivos começam a aparecer.

As expectativas são ótimas para um setor que, desde 2017, vem mostrando uma melhora, voltando a produzir e emplacar mais veículos.

Anfavea visualiza crescimento do setor

A Anfavea — Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores — está bastante confiante na retomada do crescimento do setor automobilístico. Um aumento na produção de 13,2% é esperado para esse ano. Estima-se que serão produzidos 3,5 milhões de veículos. Se comparado aos 2,619 milhões de automóveis produzidos em 2017, esse valor é bem positivo. Os emplacamentos devem ter crescimento de 11,7%.

De acordo com Antônio Carlos Botelho Megale, presidente da Anfavea, esses dados são muito positivos. Hoje, a produção de veículos usa cerca de 50% da capacidade das montadoras. Essa melhora na economia deve aumentar esse valor. Outro ponto destacado é a geração de empregos. Em 2017, mais de 5 mil empregos foram criados no setor, tendo um aumento de 4,6%. Nesse ano, espera-se um pequeno aumento, mas ainda insuficiente para repor as perdas causadas pela crise econômica.

Montadoras confiantes após sinais de recuperação

Após anos de resultados ruins e demissões, as montadoras começam a ficar otimistas com a possibilidade de crescimento em 2018. A MAN — fabricante de caminhões e ônibus —, embalada pelos números positivos da economia, decidiu cancelar as férias coletivas no final de ano, em sua fábrica no Rio de Janeiro, mostrando que confia na melhora do setor automobilístico.

Carlos Zarlenga, presidente da General Motors no Mercosul, também afirmou que espera a recuperação do setor e disse que a montadora pretende trazer mais investimentos ao Brasil. Ainda de acordo com Zarlenga, a fabricante espera um aumento entre 7% e 16% nas vendas de veículos. Até 2021, espera-se um crescimento de 8% ao ano.

Rogélio Golfarb, vice-presidente da Ford Brasil, diz que a montadora espera que, a compra de carros novos aumente cerca de 10%. Mas ele não é tão otimista. Dificuldades no financiamento e os altos custos para obtenção de crédito podem atrapalhar essa retomada, segundo ele.

Outra grande montadora, a Volkswagen, anunciou um investimento de 30 milhões de reais na modernização das suas fábricas. Isso mostra que, de maneira geral, as fabricantes estão otimistas quanto à retomada das vendas em 2018, mas, sabem que, sem mudanças econômicas mais profundas, esse crescimento pode ser prejudicado.

Fenabrave prevê aumento das vendas

Segundo a Fenabrave — Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos — é esperado um crescimento de 11,8% das vendas no ano de 2018, para veículos leves. Ao todo, cerca de 2,5 milhões de automóveis serão emplacados. O segmento dos veículos pesados deve ter um aumento de 8,6%. Apesar de estarmos em pleno ano eleitoral e de copa do mundo, a Fenabrave entende que isso não afetará o ritmo de crescimento das vendas.

No que diz respeito às vendas somente de seminovos, houve uma alta de 6,36% em 2017, em comparação com o ano de 2016. Para 2018, espera-se que esse setor mantenha o ritmo de crescimento. Infelizmente, nem todas as notícias são positivas. De acordo com Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, as vendas só devem igualar o resultado anterior à crise entre 2024 e 2025.

Exportações de veículos em alta

Ironicamente, graças à crise econômica brasileira, em 2017, houve recorde de exportações de carros. O aumento foi de 48,2% nas exportações de automóveis leves, se comparado a 2016. Isso aconteceu porque as montadoras tiveram de ser mais agressivas no mercado internacional. Com a baixa das vendas no Brasil, esse foi o jeito encontrado para repor as perdas.

Em 2018, o crescimento deve ser bem menor, próximo dos 4,6%. De acordo com Antônio Megale, presidente da Anfavea, outros mercados serão mais explorados, entre eles, África e Oriente Médio. Além disso, a recuperação da Argentina — principal importador dos nossos veículos — e a estabilização do valor do dólar contribuem para que as exportações ganhem fôlego.

Ainda de acordo com Antônio Megale, até 2020, espera-se que o Brasil exporte mais de 1 milhão de veículos ao ano. Atualmente, são produzidos cerca de 2,5 milhões de veículos. A capacidade atual de produção é de 4,6 milhões. A exportação pode ser uma excelente saída para reduzir essa diferença.

Renovação da frota deve alavancar as vendas

O ano de 2018 promete ser muito bom no que diz respeito à renovação da frota brasileira. Em 2013, foram vendidos mais de 3,7 milhões de veículos e, após 5 anos de uso e com sinais de que a economia está se recuperando, muitos proprietários começaram a considerar a troca de seus carros por modelos mais completos, mais adequados para a família ou com maior potência, sejam eles novos ou seminovos.

No segmento de veículos pesados, o crescimento nas vendas ficará próximo de 24,7%, de acordo com a Anfavea. Um pouco mais pessimista, a montadora MAN/Volkswagen, prevê uma alta entre 8% e 10%. Independente dos números, todos concordam que haverá uma renovação da frota e que isso trará impactos positivos ao setor automobilístico.

A Mercedes-Benz, uma das mais confiantes quanto ao crescimento do setor, anunciou a contratação de 266 novos funcionários. Apesar de positivo, isso é bem pouco se comparado aos 1400 demitidos em 2016, na fábrica de São Bernardo do Campo.

Instabilidade política não deve atrapalhar

Montadoras, Anfavea, Fenabrave e outras instituições ligadas ao setor automobilístico, não acreditam que a tensão política e as eleições afetem muito o desempenho das vendas em 2018, desde que sejam mantidos os indicadores de melhora na economia.

O ano de 2018 promete ser promissor para o setor automobilístico, mantendo a crescente observada em 2017. Talvez seja uma boa hora para comprar um carro, tendo em vista que, as montadoras e revendedoras querem manter esse ritmo de crescimento e farão de tudo para chamar sua atenção, trazendo modelos mais completos, com design mais sofisticado e preços mais acessíveis.

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